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31/07/2007 – Globo Minas
Rogério Corrêa
Quando voltava para casa, depois da cobertura dos Jogos Pan-americanos, dei de cara com a seguinte cena: um grupo de crianças brincava num campinho de terra, ao lado da estrada. De longe, parecia uma pelada prazerosa, dessas que vemos em qualquer bairro. Ao me aproximar, a surpresa: em vez dos pés, os meninos usavam as mãos para jogar. Meninas também participavam daquilo, que poderia ser definido como um “handebol de várzea”. Tenho quase certeza de que aquela brincadeira foi motivada pelo Pan. E esse, na minha opinião, é o principal legado dos jogos: apresentar ao público as mais diversas modalidades e despertar o desejo da prática.
O esporte faz milagres. Engorda o magro e emagrece o gordo. Ensina valores como solidariedade, determinação e respeito às regras. A competição ensina a ganhar e a perder. E essas lições são carregadas pela vida inteira. Foi assim comigo. É assim com todos que têm o prazer de incluir o esporte na vida.
Vivemos o rescaldo do Pan. Neste momento, é fundamental dar condições para que as crianças possam saciar o desejo de praticar as modalidades apresentadas na grande festa do esporte nas Américas. Escolas, clubes e academias devem aproveitar o clima propício.
Todo mundo sabe: não é preciso muito para jogar futebol – uma bola é o bastante, já que as traves podem ser improvisadas de acordo com a criatividade do freguês. O mesmo raciocínio vale para o handebol, que usa a mesma quadra do futsal. Também não é necessário um equipamento sofisticado para praticar atletismo. Ou o tênis de mesa. No Rio, um projeto levou o badminton à favela. Levou, porque houve vontade.
O balanço esportivo do Pan é positivo. Os jogos emocionaram. Aumentaram a auto-estima do brasileiro – e isso não é pouco em tempos de desconfiança geral. Agora, é preciso aprender com os erros. Fazer um balanço de cada centavo gasto. Convivo há 20 anos com atletas, técnicos e professores de várias modalidades. Sei que o esporte é recheado de brasileiros de valor. Faz a gente acreditar que o país ainda tem muita gente competente, dedicada, brasileiros de boa vontade. O esporte pode ajudar o país. E o país pode ajudar o esporte.
2 Comentários so far
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DanDan no PAN Rio 2007 
Todo mundo anda falando a mesma coisa… quero ver é acontecer… quero ver é o governo investindo, aprovitando as praças do Pan e colocando professores para ensinar as crianças, quero ver as escolas e os clubes investindo e desenvolvendo o esporte… não adianta só falar… a oportunidade está ai… tem é que fazer acontecer…
Comentário por Tatá agosto 2, 2007 @ 1:14 pmUm abraço!
É isso que também espero!
Comentário por Daniel Rodrigues agosto 2, 2007 @ 4:30 pmO pan é o incentivo para que o esporte deslanche aqui no país. Conseguimos ser a 3ª potencia na América, mas ainda somos pequenos frente o mundo. Sem investimento, não vamos pra frente! Temos que profissionalizar tudo!