DanDan no PAN Rio 2007


Esperança de dias melhores
julho 31, 2007, 4:23 pm
Filed under: Fotos, Notícias, Pan 2007

A minha estada no Rio de Janeiro, entre os dias 07 e 28 de julho de 2007, nos XV Jogos Pan-Americanos Rio 2007, mostrou-me que o Brasil pode sim querer promover e realizar uma Copa do Mundo e um Jogos Olímpicos.

O Pan do Rio foi um sucesso! Claro que não podemos dar nota 10 em todos os quesitos, pois houve muitas falhas. Mas no geral podemos anotar uma nota 7,5 para este evento.

Os pontos merecedores de destaques foi o trabalho esforçado dos dirigentes para conseguir realizar o maior e melhor Pan de todos os tempos. A organização e estrutura dos jogos e instalações também foram de dar inveja a muitos americanos e europeus e as acomodações da Vila Pan-americana, que foi considerada umas das melhores construídas para jogos pan-americanos e olímpicos. Já os pontos falhos, foram a distribuição de ingressos, planejamento orçamentário do evento que extrapolou em oito vezes, liberdade exagerada no trabalho dos voluntários, sistema de comunicação que não funcionou perfeitamente em lugares com aglomerações de pessoas e problema de comida, com preços absurdamente altos e em alguns locais com falta.

A torcida brasileira também foi um ponto a ser comentado. Houve elogios e críticas à ela. O calor humano, grande presença de público nos jogos do Brasil e também nos de outros países foram fatores positivos. O Co-Rio, Comitê Organizador dos Jogos, anunciou uma renda de R$ 17 milhões provenientes da venda de ingressos no Pan. Ao todo, 1,3 milhão de pessoas pagaram para assistir à competição. Porém, a torcida brasileira pecou no quesito de vaias. Atletas de outros países em diversos esportes foram vaiados pelo público nacional. Alguns atletas do atletismo chegaram até a pedir silêncio para se concentrar na hora de arrancar para correr. Um absurdo! Fora as vaias para as autoridades brasileiras na abertura e encerramento, que para a imagem do Brasil lá fora, ficou um pouco arranhada. Acredito que isso é da nossa cultura, vinda de esportes mais praticados como o futebol, onde as vaias são muito comuns e até uma forma de motivar os jogadores. Mas acho que não devemos fazer isso em Jogos Pan e Olímpicos. Quem está competindo são todos campeões e vencedores.

No âmbito esportivo, o Brasil encerrou sua participação em terceiro lugar no quadro de medalhas, atingindo a meta de superar o Canadá. Em casa, o Brasil conquistou 161 medalhas – 54 de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. Os campeões dos Jogos, mais uma vez, foram os Estados Unidos com 97 medalhas de ouro, 88 de prata e 52 de bronze. Cuba ficou logo depois com 59, 35 e 41, respectivamente, se destacando nos esportes individuais.

O avanço brasileiro nos jogos, tem como um dos fatores o ciclo pan-americano no qual as Confederações dispuseram dos recursos da Lei Piva. Qualificadas como fundamentais para os avanços atingidos pelas modalidades, agora as verbas das loterias serão reforçadas pelo que as Confederações conseguirem acrescentar a partir da Lei de Incentivos Fiscais.

Outro aspecto que gostaria de comentar é em relação ao voluntariado. Por trás de toda a estrutura organizacional do evento, milhares de anônimos atuaram sem remuneração e foram a força de trabalho dos jogos. Os 15 mil voluntários representaram cerca de 90% da força de trabalho atuante e cederam seu trabalho pelo simples prazer de ajudar e participar do momento mais importante da história do esporte brasileiro. “Sem a colaboração dos voluntários seria impossível realizar um evento tão complexo como o RIO 2007”, avalia o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro Carlos Nuzman.

No mundo inteiro, o voluntariado normalmente é a força que move eventos de grande porte, esportivos ou não. Mesmo aqui no Brasil, que alguns ainda exergam o voluntário como pessoas desocupadas, a mobilização dos brasileiros para os Jogos surpreendeu. Foram mais de 80 mil inscritos para participar do processo de seleção.
“Como ainda não temos uma cultura forte de voluntariado no Brasil, o recrutamento realmente superou as expectativas. Gente do país inteiro nos procurou, até mesmo de estados mais distantes como Acre e Rondônia” revela Paula Hernandez, gerente da Força de Trabalho e recrutramento dos voluntários do Pan.

O trabalho voluntário pode ser não-remunerado, mas quem já pratica o voluntariado há algum tempo garante que os ganhos são muitos, como a experiência pessoal e profissional, e as novas amizades. A movimentação social que o RIO 2007 está gerando fez nascer, entre quem trabalha no meio, uma esperança de crescimento na atividade comunitária não-remunerada.

Porém, acho que houve falhas neste setor. Uma das principais foi a forma como alguns voluntários atuaram, principalmente, por não entender o que é ser voluntário. Alguns apenas se inscreveram para retirar seu uniforme e sua credencial e nunca mais apareceu. Acho que da organização a falha foi quando não controlou o limite de funções. Não houve impedimento para fotografias, “tietagens”, e até mesmo outras bagunças. Houve falta de controle e também falta de responsabilidade do voluntário em ser, além de tudo, profissional.

Bom, de qualquer forma, espero que este trabalho possa ser um dos legados dos Jogos Pan-Americanos e não somente o crescimento do investimento no esporte por empresas privadas e estatais. Este Pan, pelo sucesso atingido, poderá ser uma alavanca para o crescimento do país não só neste setor, mas também na sáude, turismo e economia. Todos eles estão ligados de certa forma. Segundo o COI, Comitê Olímpico Internacional, a cada um dólar investido no esporte, se deixa de gastar seis em sáude. É uma informação a ser bastante analisada e pensada.

Fica aqui o meu sentimento de esperança para que o país e as pessoas aproveitem o que os XV Jogos Pan-americanos poderá favorecer a cada um.

Grande Abraço,

Daniel Rodrigues (DANDAN)

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